sábado, 22 de setembro de 2012

Individualidade após o casamento


Mesmo durante a vida a dois é importante manter seu espaço.

Há quem case e que se esqueça de seus próprios gostos, preferências e escolhas. A individualidade fica em segundo plano e somente importa agradar o companheiro sem limites. Mas será que casamento significa anular-se por completo?
Segundo a psicóloga Tatiana Ades, há um limite entre a identidade do casal e de cada indivíduo. “Uma pessoa nunca deve ir além para agradar o parceiro, isso só trará caos e frustração ao relacionamento. Por isso, um casal que se ama de verdade respeita um ao outro, compreende que não deve exigir mais do que é possível dar e aceita isso com serenidade. Ultrapassar as barreiras do outro por egoísmo é uma forma de jogo e não de amor real.

Companheirismo tem limite

Por isso, para manter o espaço individual após o casamento é necessário respeitar seus próprios gostos, escolhas e limites. “Mas, junto com o companheiro, irá construir e iniciar um processo de troca, que deve ser honesta e sempre persistente, pois não é fácil a construção de um amor saudável. Porém, é muito gratificante poder todos os dias doar e receber, compartilhar, sentir que há crescimento interior e paz. Tudo isso sem nunca perder a sua individualidade.”
Encontrar esse equilíbrio entre a individualidade e as vontades do casal é algo natural, que virá quando o diálogo reinar no relacionamento. “Assim, as colocações de limites serão expostas da forma mais sincera possível. O equilíbrio consiste em respeitar as próprias barreiras e as do outro, traçando assim respeito, aceitação e sintonia para uma vida a dois saudável”, explica Tatiana.

A falta de equilíbrio

As consequências são latentes para quem não consegue encontrar o equilíbrio entre o gosto individual e o que é melhor para o casal. “Quando se prioriza somente a vida a dois e se esquece seus próprios desejos, pode viver a perda de autoestima, ter sensação de frustração, raiva ou sentimento de insegurança frente ao outro, além de depressão e, possivelmente, uma separação, senão um relacionamento caótico, em que as duas metades andam juntas, mas não se completam.”
No caso de dar ênfase somente em sua própria vida, esquecendo que agora é casal, o problema também é sério. “Precisamos pensar sempre que o maior erro é praticar o ‘oito ou o oitenta’, todo casal deve encontrar um equilíbrio. A atitude egoísta afastará o outro, pois ele sentirá que seu espaço não está sendo respeitado e, por consequência, fará o mesmo ou entrará em submissão. Para que os limites sejam traçados sem egoísmo é preciso pensar em doar 50% e receber 50%, é preciso dialogar e dizer o que pensa, conversar sobre o que não concorda, negociar, traçar metas. Afinal, uma vida de casal deve ser vivida a dois e a postura de solteiro deve ceder espaço para o acolhimento de quem se ama”, finaliza a psicóloga.

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